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domingo, 11 de setembro de 2022

A Ilusão do Lucro (The Delusion of 'Profits') - PETER F. DRUCKER ( 1988) para o The Wall Street Journal

Administradores de Empresas habitualmente reclamam do analfabetismo econômico do público, e com razão. 

A maior ameaça ao sistema de livre iniciativa não é a hostilidade às empresas por parte de um grupo pequeno e barulhento, mas a ignorância que permeia toda a nossa sociedade com relação tanto à estrutura do sistema como ao seu funcionamento.

Porém os mesmos Administradores que tanto reclamam do analfabetismo econômico são eles próprios os piores pecadores. 

Eles parecem não saber nada de lucro e lucratividade, e aquilo que eles dizem impede ainda mais o entendimento público.

 Isso porque o fato essencial no que se refere à lucro, é que não existe essa coisa de lucro, o que existe são somente custos.

 O que é chamado de lucro e apresentado como tal nas contas das empresas, é custo, custo genuíno e quantificável em três aspectos:

  • custo Genuíno de importantíssimo recurso, isto é capital;

  •  como prêmio de seguro necessário para amplamente quantificáveis riscos reais, Incerteza de toda a atividade econômica; 

  • e como custo dos empregos e pensões de amanhã .

A única exceção, o único saldo positivo verdadeiro, é o lucro Genuíno de um monopólio como aquele que está sendo agora extorquido pelo Cartel da Opep no petróleo.

 

Faz dois séculos que todos os economistas sabem que há fatores de produção,

 ou seja, 

três recursos necessários,

  1.  mão de obra,

  2.  Terra, Isto é recursos físicos e

  3.  capital.

Todos nós deveríamos ter aprendido nos últimos 10 anos que recursos grátis não existem, todos os recursos têm um custo.


Custo de Capital 


Na verdade os economistas estão à frente da maioria dos Administradores no entendimento e aceitação de um Genuíno custo de Capital.

 Alguns deles, como por exemplo, Ezra Solomon, da Universidade de Stanford, conceberam ótimos métodos para se determinar o custo de capital e medir o desempenho de uma empresa em reavê-lo.

Sabemos que no período pós-segunda guerra mundial até o começo da inflação Global em meados da década de 60 o custo do Capital em todos os países envolvidos do Mundo Livre era algo acima dos 10% ao ano, quase certamente bem mais nas economias comunistas.

Sabemos também que pouquíssimas empresas efetivamente faturam suficiente para cobrir esses custos, embora até agora apenas poucas empresas parecem saber que tal custo existe, e um número menor ainda sabe se efetivamente consegue ou não cobrir o tal custo. Mesmo essas poucas empresas nunca falam a respeito desse custo e nunca põem seu próprio desempenho a prova nesse quesito, quando divulgam seus resultados. 

No entanto, em termos de cobrir custos, não reaver o custo do Capital conta como fracasso , tanto quanto não conseguir faturar o suficiente para cobrir os custos de salários ou de matérias-primas.


Custo do prêmio de seguro dos riscos do negócio.


A atividade econômica é o empenho dos recursos atuais em expectativas futuras. 

Portanto é o desempenho no risco e na incerteza no que se refere a:

  •  obsolescência de produtos, processos e equipamentos;

  •  as mudanças nos mercados, canais de Distribuição e valores de consumo;

  •  e as mudanças na economia, na tecnologia e na sociedade.


Em qualquer coisa que se empenhe no futuro as possibilidades são sempre adversas, pois os seres humanos não possuem a dádiva de  conhecer o futuro, assim sendo, a probabilidade sempre pende para a perda do que para o ganho.


Em um período de rápida mudança, como o nosso, os riscos e as incertezas seguramente não estão ficando menores, tais riscos e incertezas não podem ser determinados com precisão.

Mas nesses empenhos no futuro, há um risco mínimo que pode ser determinado e até quantificado com razoável grau de probabilidade.

Algumas empresas de tecnologia vem fazendo isso há anos no tocante a produtos e tecnologias e os riscos revelam-se muito maiores que o presumido até mesmo pelos planos de negócio mais conservadores.

Os riscos de eventos naturais como incêndio por exemplo, são há muito tempo tratados como custos normais das empresas.

Uma empresa que não tenha feito reserva apropriada para prêmios de seguro desses riscos teria todos os motivos para ser considerada uma empresa que está pondo em perigo seus ativos geradores de riqueza, incertezas e riscos econômicos, tecnológicos e sociais não são menos reais.

Eles também exigem um prêmio de seguro adequado e prove-lo é função do lucro e da lucratividade.

Portanto a pergunta certa ser feita por qualquer diretoria executiva não é qual é o lucro máximo que essa empresa pode render.

Mas qual é a lucratividade mínima necessária para cobrir dos riscos futuros dessa empresa e quando a lucratividade fica aquém do mínimo como acontece na maioria das companhias que conheço, a empresa deixa de cobrir os custos genuínos e põe em perigo sua sobrevivência e empobrece a economia.


Custo dos empregos e pensões de amanhã


lucros são também os empregos de amanhã e as pensões aposentadorias de amanhã, ambos são custos das empresas como também custos da economia.

O lucro não é a única fonte de formação de Capital, há também a poupança privada, naturalmente, mas os lucros das empresas quer sejam retidos ou distribuídos como retorno ao mercado de capitais são a maior fonte isolada de formação de capital para os empregos de amanhã, e ao menos nos Estados Unidos a maior fonte isolada de formação de capital para pensões aposentadorias de amanhã.

A definição mais satisfatória de progresso econômico é o aumento constante da capacidade de uma economia de investir mais Capital para cada novo emprego e assim produzir empregos que tragam um padrão de vida melhor, bem como melhor qualidade de trabalho e de vida.

Aposentados viverão mais como também aumentaram suas expectativas de renda.

Qualquer empresa que não gere capital suficiente, isto é, lucro suficiente para prover essa expansão em termos de emprego e aposentadorias e pensões, não conseguirá cobrir seus custos previsíveis e quantificáveis e os custos da economia.

Esses três tipos de custos, (o custo de Capital, 

o prêmio de risco da atividade econômica, 

e as necessidades de capital do futuro) são, em grande medida, coincidentes.

Mas o que seria de se esperar de qualquer empresa é que cobrisse adequadamente a maior parte desses custos, do contrário ela estaria operando no Genuíno certo e verificável prejuízo.

Há três conclusões a tirar dessas Primícias elementares.

Primeiro, o lucro não é exclusivo do capitalismo, é um pré-requisito de qualquer sistema econômico, de fato as economias comunistas exigem uma taxa de lucro muito mais alta, seus custos de capital são mais altos, e o planejamento  centralizado acrescenta grande incerteza econômica adicional, na verdade as economias comunistas efetivamente operam com base em uma taxa de lucro substancialmente mais alta do que qualquer economia de mercado, independente do fato de que, por razões ideológicas ela seja chamada de taxa de produção ao invés de lucro, e as únicas as economias que podem ser consideradas como sendo baseados no planejamento do lucro exatamente as economias comunistas nas quais o produtor, ou seja, o estado impõe de antemão a lucratividade necessária, ao invés de deixar que ela seja determinada pelas forças de mercado.


Segundo, os custos que são pagos a partir da diferença entre receitas correntes e despesas correntes de produção e distribuição são uma realidade econômica tanto quanto o salário ou pagamento de suprimentos, uma vez que as contas de uma empresa supostamente devem refletir a realidade econômica, esses custos devem ser demonstrados.

É verdade que eles não são tão precisamente conhecidos ou conhecíveis quantos custos de manter-se operando supostamente são.

Porém eles são conhecidos e conhecíveis dentro de limites que provavelmente não são em nada mais amplos nem mais indistintos do que aqueles da maioria dos números de contabilidade de custos ou de depreciação e eles podem ser mais importantes tanto para se administrar um negócio como para analisar seu desempenho.

De fato não seria má ideia vincular os bônus e incentivos de executivos ao desempenho da empresa em cobrir adequadamente seus custos genuínos em lugar de vincular os aos números de lucros, os quais frequentemente refletem a alavancagem financeira tanto quanto o desempenho econômico real, e por fim, homens de negócio devem a si próprios e a sociedade que se bata na mesma tecla até que se entenda que não existe essa coisa de lucro.

Só há custos, custos para tocar o negócio e custos para se manter operando, custos de mão de obra e matérias-primas, e custos de Capital, custo de empregos de hoje, custo dos empregos de amanhã e das aposentadorias e pensões de amanhã.

Não há nenhum conflito entre lucro e responsabilidade social.

Faturar o suficiente para cobrir os custos genuínos, os quais somente o chamado lucro pode cobrir, é a responsabilidade econômica e social, de fato é a principal e genuína responsabilidade social e econômica específica das empresas.

Não é a empresa que obtém lucro adequado para cobrir seus custos genuínos de capital, para bancar os riscos do amanhã e as necessidades do trabalhador e do aposentado de amanhã que tira o couro da sociedade, mas a empresa que não busca esses objetivos e portanto fracassa nessa missão.

quarta-feira, 10 de agosto de 2022

COMO BLINDAR UMA EMPRESA CONTRA A INFLAÇÃO || PETER DRUCKER #1

Este vídeo é o primeiro de uma série de vídeos inspirados em artigos publicados por Peter Drucker (Conhecido como o pai da administração), no Wall Street Journal. Você vai conhecer nesta playlist (Peter Drucker), princípios áureos e atemporais deixados pelo grande guru da administração para organizações de todos os tamanhos e de todos os seguimentos. Neste vídeo apresentamos de maneira levemente atualizada conceitos básicos apresentados por DRUCKER para gestão empresarial eficiente e eficaz em tempos de inflação


domingo, 23 de agosto de 2015

INDICADORES E METAS QUE ATINGEM OBJETIVOS

Partindo do pressuposto que a administração é basicamente “... prever, organizar, comandar, coordenar e controlar” (FAYOL), ou “...é simplesmente o processo de tomada de decisão e o controle sobre as ações dos indivíduos, para o expresso propósito de alcance de metas predeterminadas” (DRUCKER), pode-se afirmar que não existe administração sem indicadores e suas metas.

quarta-feira, 15 de julho de 2015

Por que sou contra uma prova do tipo OAB para administradores



Uma prova do tipo OAB só serviria pra criar mais uma máfia do tipo OAB. O administrador deve acreditar no mercado, não em burocracias governamentais e órgãos centralistas. O profissional de administração tem de mostrar sua competência através de resultados obtidos e criar seu próprio valor para o mercado.

terça-feira, 7 de maio de 2013

Modelo de Excelência da Gestão® (MEG)



Histórico



O modelo de Gestão por Excelência surgiu em meados dos anos oitenta a partir do modelo de Qualidade Total, (“Total Quality Management" ou simplesmente "TQM"), como uma resposta do ocidente aos avanços na competitividade, através dos modelos de qualidade, que o Japão vinha apresentando. O termo “Business Excellence” passou a substituir o termo “qualidade” e a sigla “TQM” inicialmente pela confusão quanto aos seus significados, principalmente porque todos os programas de melhoria estavam sendo chamados de “TQM”. Hoje, muitos países entendem a necessidade dos modelos de excelência como um fator essencial para a melhora do desempenho e competitividade de suas organizações.